Fonte: it Web.
Oportunidades e conjuntura econômica abrem caminho para se investir em negócio próprio. Iniciativa requer técnica e planejamento
O ambiente para o empreendedorismo no Brasil não é nem de longe o mais amigável ou favorável do mundo. A pesquisa Doing Business, do Banco Mundial, aponta que a abertura de uma empresa no País demora cerca de 122 dias e o fechamento outros 131. A mortalidade das empresas é outro fator que assusta: de acordo com o Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae) duas em cada dez organizações deste tamanho fecham as portas até o segundo ano de vida. Apesar de serem 98% dos negócios no País, as micro e pequenas empresas representam apenas 20% do Produto Interno Bruto (PIB) e 2,3% do volume das exportações.
Somadas a perspectiva da Sociedade Brasileira para Promoção da Exportação de Software (Softex) de que até 2012 devam existir um total de 230 mil vagas de trabalho no segmento de tecnologia com as estatísticas do Ministério da Ciência e Tecnologia, de crescimento do déficit de mão-de-obra na ordem de 11% até 2009, estes fatores poderiam colocar a idéia de se ter um negócio próprio como segunda ou terceira opção para um profissional da área ou fazer com que um empreendedor desista de seu negócio.
No entanto, o cenário é positivo. A economia brasileira cresce abaixo da de outros países emergentes, mas a um ritmo estável – 5,4% em 2007 e previsão de 4,8% em 2008. E ainda: o Brasil atingiu o grau de investimento em duas agências de classificação de risco; o dólar barato estimula e facilita a aquisição de equipamentos de tecnologia.
Além disto, a sanção da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas e outras iniciativas do governo para facilitar o acesso ao crédito e a atividades de pesquisa e desenvolvimento, por exemplo, têm contribuído para melhorar a posição do Brasil no ranking de países empreendedores do Global Entrepreneurship Monitor (GEM) (hoje ocupamos a 9ª colocação) e para a queda na mortalidade das empresas – eram seis a cada dez em 2000, de acordo com o Sebrae. Abrir uma empresa na área de TI, então, torna-se uma oportunidade bastante viável. Mas surfar a onda do negócio próprio demanda muito cuidado e dedicação.
Primeiros passos
Empreender por oportunidade significa enxergar uma brecha no mercado e correr para atendê-la antes dos concorrentes. Entretanto, uma boa idéia é diferente de um projeto estruturado, com avaliação consistente do mercado, de como o produto irá se enquadrar nas necessidades atuais e futuras dos clientes. “Hoje, sobram iniciativas, mas falta qualidade nos projetos”, comenta Sidney Chameh, vice-presidente da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP).
Por ter uma formação técnica, os empreendedores na área de TI acabam se focando apenas no road map do produto, sem prestar atenção no desenvolvimento de um plano de negócio, comenta Daniel Mello, diretor-comercial da GoMarket, empresa criada há um ano em Porto Alegre (RS) com o objetivo de prestar consultoria nas áreas de vendas e marketing para empreendimentos hospedados em incubadoras. De acordo com ele, o horizonte de um planejamento deve variar de um período de três a cinco anos. “Falta conhecimento prático de ações de mercado, como transformar o produto em algo a ser vendido”, comenta.
Algumas disciplinas de gestão e de incentivo ao empreendedorismo começam a surgir nas grades das universidades. “As instituições públicas trabalham com o orçamento federal, não pensam em laboratórios auto-sustentáveis com transferência de tecnologia”, avalia o professor Luís Coelho, superintendente da área de inovação para a competitividade empresarial da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). “Elas captam muito na Finep para infra-estrutura laboratorial, de bolsas de pesquisa, mas desconhecem o lado de fomento a empresas e negócios”, completa.
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quarta-feira, 10 de setembro de 2008
Especial Carreira: a alternativa empreendedora
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